quarta-feira, 31 de agosto de 2011

4o. Motivo da rosa

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.

Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.

E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

Cecília Meireles

Um comentário:

  1. "E por perder-me é que vão me lembrando,
    por desfolhar-me é que não tenho fim."

    Com certeza!
    Quanto mais vão nos deixando, mas forte nos tornamos e também é que é notada toda a nossa falta.
    Quanto mais tiram de nós, mais deixamos à mostra o quao abundante somos.

    Coitados daqueles que fazem isso conosco.

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