quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O último poema

Assim eu queria meu último poema

Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais

Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas

Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume

A pureza da chama que se consome os diamantes mais límpidos

A paixão dos suicidas que matam sem explicação

Manuel Bandeira

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