terça-feira, 26 de abril de 2011

O Réu


Todos podem vir bater a tua porta cordialmente, carregados de intenções licenciadas,
Mas só eu atiraria pedras em teu telhado mesmo sabendo que ele é feito de nuvens;
E somente eu pularia a tua janela te levando minh’alma de presente.

Todos podem beijar a tua boca,
Mas só eu contaria teus cabelos;
Somente eu me perderia nos desvios da tua coluna;
Por cada vértebra tua; só eu me perderia...

E todos podem vir elegantes te contar do perfume que usam,
Mas só eu te convidaria para suar a noite inteira até o dia
E nos enxugaríamos na grama da manhã;
Exaustos de algo que não tem nome nem preço...

Todos podem vir com suas violas debaixo do braço, te cortejar em tua varanda,
Cantarolando tentativas de idílios suaves,
Mas só eu te recitaria um poema trágico, fazendo-te rir incessantemente.
E o teu riso temperamental seria então a melodia que me acompanha...
A trilha mais sonora de minha vida esquizofrênica e bem vivida...
Teu riso...

Todos podem apresentar-se com as mãos cobertas de flores e chocolates
E da boca te arremessar um eu te amo ardoroso,
Mas só eu te faria sentir no silêncio duma respiração
A intensidade com que está se contorcendo dentro dum peito estreito,
Por ti o meu coração...

E as estrelas diriam por mim
O quanto eu te amo,
Pois tudo que não podemos apanhar para si;
Tudo que não se pode tocar;
Levar para que decore a casa
Não tem finitude nem equivalência alguma.

O efêmero mora apenas no espírito de quem planeja um sentimento.
E os meus poemas estão reservados as suas galáxias...

Voltar a convencer alguém
Nem que seja só você..

Kamilla Cândido.

Um comentário:

  1. Kamilla Cândido.

    Nossa que honra! é meu é? hahahahah Camila pqp que mulher é o novo esse. eu melhorei viu. Passa no meu blog novo caffecinico.blogspot.com
    =B

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